Ninguem, absolutamente ninguém vai conseguir passar por essa vida sozinho. Todos nós temos alguém, todos somos capazes de encontrar alguém confiável se confiarmos. Ninguém é tão alguém que não precise de ninguém. E quando isso tudo se junta, temos diversas vezes situações em que escutamos "eu não preciso de você e nem da sua ajuda". Quando você atinge um outro nivel de entendimento em relação ao comportamento humano, fica mais fácil perceber que toda ação gera uma reação. Ninguém se torna arrogante sozinho. Ninguém perde a coragem de se entregar numa relação se antes não tiver sofrido e talvez seja esse nosso maior problema. Todas essas coisas, essas ações são reações pra tentarmos esconder o nosso medo. Medo do julgamento alheio, medo do sofrimento, medo da solidão. Sem ao menos perceber, nos afastamos por medo e afastamos, muitas vezes pessoas que querem nosso bem pelo medo de elas serem passageiras, talvez como alguém que te fez sofrer foi. O medo é se não a melhor, uma das melhores fontes de aprendizado, junto do sofrimento. Pode parecer loucura e é, mas é quando estamos com medo que nosso psicológico trabalha melhor um modo de entender as coisas, um modo de sair do sofrimento. E tão menos podemos ser refém do medo em um mundo em que a felicidade é medida em momentos. E com a facilidade de se esconder hoje em dia, num quarto na frente do computador, nossos medos transbordam em textos, em frases, imagens, mesmo sem saber.
Perdemos tempo demais julgando as pessoas, nos afastando um dos outros, complicando as coisas que são simples. Se você gosta, diz, se incomodou, diz, se sofre, diz, se tá alegre, compartilha. E ta ai o outro vilão junto ao medo. A comunicação. Nos acostumamos a clicar em um X pra fechar a conversa na rede "social" ao invés de resolver nossos problemas. Nos acostumamos a descartar as pessoas, nos acostumamos com a necessidade de estarmos sempre certos, se não, entraremos em conflito com a nossa auto-suficiencia rebelde. Nos acostumamos a viver cheios de razão, a sermos donos da veradade. Nos acostumamos a perder pessoas por medo. Nossos costumes nos levam pra longe um do outro. Clamamos por liberdade, sem ao menos saber qual o sentido da real liberdade, e talvez confundi-la com fazer o que quiser, sem deveres, sem regras, sem pessoas. Nos acostumamos a acreditar que por não estar frente a frente podemos falar o que quisermos. Esquecemos de como a vida é curta. Perdemos tempo demais digitando, tempo que poderia ser gasto com coisas realmente importantes, um passeio, um toque, um olhar. A coisa mais importante da vida nem coisa é. E quando a gente recuperar nossa verdadeira essência, vamos entender que é melhor viver feliz do que cheio de razão.
Perfeito. Parabéns pela abordagem.
ResponderExcluirSatisfeito com essa publicação. Era o que precisava ler ouvir e sentir.
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